O mar do país da água é violento. E eu descobri isso da pior forma, ao ser quase jogado de um lado para o outro pelas ondas vilentas, quando no barco
Peguei meu casaco da mochila. Ele era azul, minha cor favorita, e tinha pelagem esbranquiçada nas mangas e na gola. Esfriara bastante. E a névoa começava a nos envolver quando saímos do barco, num porto pequeno do país da água, onde haviam um píer, pescadores e mercadores, caixas e barcos pequenos. Marco me disse:
- Você parece enjoado.
Fiz que não com a cabeça, tentando parecer sério, apesar de meu estômago estar revirado. Dessa vez foi Jinna que falou conosco:
- É bom mesmo que vocês tenham casacos, no País do Ferro faz muito frio mesmo. Chega a nevar.
- Oh, boy... - Disse eu.
Sabendo daquilo fechei meu casaco. Lembrei um pouco da viagem enquanto andava, seguindo nossa líder. As pessoas no barco não estavam nem aí pra gente, só o capitão se apresentou. Ele era baixinho, mas comandava seus homens com mãos de ferro. O barco era desconfortável, tudo de madeira, e haviam caixas do que deveriam ser mercadorias.
Passei a observar as pessoas em volta de onde passávamos, vendo que aquele vilarejo era bem pobre.
As casas eram simples. Avistei um homem de meia idade brincando com crianças magras, deveriam ser filhos dele. Harato estava realmente quieto, mal abrira boca desde que partíramos. Dei de ombros e continuei seguindo a Líder, até que chegamos à outro barco, que era do mesmo tamanho do outro e da mesma aparência. Praguejei em voz baixa enquanto subia na embarcação.